Pára o mundo que eu quero desceeer!! (continuando)

De volta à Sevilla, relembro com cada última festa à beira do Guadalquivir o quanto eu sentirei saudade desses meus poucos meses que conquistaram tanta gente que sempre será especial. Dublin foi um negócio de ocasião que surgiu em meados de junho, quando eu descobri nas Relações Internacionais em Sevilla que tinha "180 días, uno más está ilegal. Tiene que marcharte." Minha passagem é válida para um ano, eu não voltarei ao Brasil. Pensei em Londres que já tinha tanto me encantado, mas a complicação para obter o visto e a possibilidade de não me deixarem entrar em UK como turista pela quarta vez com o visto Español desta vez vencido seria quase que certeza. E foi então que eu embarquei para Dublin dia 18 de Agosto, com o coração ainda trancado na Torre del Oro para fazer um curso de inglês de 25 semanas (que no total para voltar eu já não tinha) e pegar o visto para estudos e trabalho. No final das contas, aniquilei três destas semanas com uma viagem para Itália (e perderia 5 se fosse preciso), e mais duas no final do ano, por conta de outro mochilão. Se eu estudava das 13:30 às 21:30 eu também queria viajar. E foi isso que eu fiz.
Fiquei três dias num hostel, tempo suficiente para participar de um Pub Crawl mucho loco, conhecer uma galera internacional e um pessoal que morava aí há algum tempo. Tempo suficiente para minhas malas que a Ibéria perdeu chegarem, também.
Quando cheguei na Egali House em Dublin tinha uma galera louca demais. Eu, com meu próprio luto por Sevilla, não deixava de sair no dia que me desse vontade, afinal minha aula era só de tarde mesmo. As primeiras noitadas no terraço do Greeg Court foram inesquecíveis, tanto quanto os amigos que fiz para sempre lá. Encontrar apartamentos onde não morem brasileiros em Dublin é como ganhar na loteria, motivo pelo qual ganhei cerca de 20 dias de festa na Egali House. Para começar a viver em Dublin, e não em Sevilla.
Dalí me mudei para um apê onde moravam 2 irish e eu, e depois entrou uma espanhola, por quem tenho muito carinho, apesar de ter dividido um quarto por uns meses, o que é a pior coisa que se pode fazer, mas dá para aguentar.
No meu apê Irish o que bombava mesmo eram as festas no apê (sem as irish), e no restante da semana, meus amigos sempre apareciam em Smithfield com aquela garrafa de vinho comprada antes das 22:00 para um olá.
Minha primeira trip em Dublin foi pra Northern Ireland, Belfast. Além de ser o primeiro hostel do Fê, a cidade é linda de morrer e o Giants Causeway é simplesmente inesquecível. Voltaria lá mil vezes. Mas, como outras que eu quis voltar mil vezes, não voltei. Logo depois de Belfast tirei férias porque encontraria meus pais na Itália, mas como tinha tirado férias antecipadas, Ryanair me levou de Dublin à Manchester, british total, meu primeiro churrasco na Europa (depois de 9 meses!!), além de ter direito à um distinto Hotel na abandonada estação de Old Trafford que quando eu cheguei, tarde da noite, tinha uma festa de umas pessoas um pouco mais velhas, todas vestidas com figurinos do Star Treck e o recepcionista me apontando um senhor de idade vestido com uma sunga dourada, um macacão azul por baixo da sunga e uma capa vermelha me dizendo "Don´t you recognize him?" "I think I wasn´t born yet!" haushuasuhaushuas. Fora a tal festa, talvez eu morasse em Manchester. Bom, eu acho que sou meio suspeita para falar do Reino Unido. De Manchester à Liverpool por 7 pounds de bus, fui conhecer a terra dos Beatles, que nem fã eu sou. Me surpreenderam as pessoas vestidas para o Halloween na recepção do YHA Liverpool. Excelente não fosse a senhora que cortava árvore à noite no meu quarto. Liverpool é divina também, e o Museu dos Beatles é um dos melhores museus que eu já visitei, mesmo não curtindo o Yellow Submarine. Mas é só umas das mil atrações de Liverpool. De Liverpool embarquei para Milano encontrar papis e mamis e me apaixonei por essa terra. Depois de trocar o Hotel que eu dormi no dia que cheguei para ir dormir com meus pais, conheci o Duomo que até hoje é minha paixão, fizemos um lanche no Castelo e rumamos para Lago di Como que é espetacular e deve ser ainda mais lindo de dia.
De Milano iniciamos uma viagem de carro espetacular pela Itália. Verona foi a primeira cidade do roteiro e é incrível. Nunca tiraria seu rótulo de Mini-Roma, porque é simplesmente fantástica!! Depois para Pádova, casa da Igreja de São Francisco e nada muito mais interessante que o tal santo casamenteiro. Já aviso que não serás o único a pedir por um matrimônio aí. De Pádova seguimos para Veneza, realmente com raiva do tratamento dispensado aos turistas por aí, mas em uma cidade dona de canais incomparáveis e do castelo mais lindo que visitei na Europa, incluindo o Versailles. Sem falar na beleza das máscaras que em cada esquina te pedem para repensar o tamanho da mala. De Veneza seguimos à Bologna que me encantou, mas que nesta vez eu pouco conheci. Fomos parar em Firenze, cidade onde aqueles que buscam cultura se sentem no céu. Através das formas de Davi, de Michelângelo, e da vista da ponte Vecchio, não é difícil perceber porque suas ruas estão sempre atrolhadas de turistas. A cidade é um baú de ouro e um encanto para os olhos. De Firenze à 5terre, onde os casais de apaixonados fazem juras de amor e não é para menos. Se eu fosse escolher um lugar romântico neste mundo, eu acordaria com uma janela de frente para o mar em Manarola ou Corniglia e seria a pessoa mais feliz deste mundo. Dalí para Pisa e sua torre completamente virada, ângulo que só teus pés lá em cima podem te mostrar. De Pisa, saímos para um dia em San Gimignano com direito à orquestra no centro da cidade e tudo. Se você nunca viu uma cidade murada, esta é uma boa dica, percorra a cidade inteira caminhando para perder os kilos ganhados com os qeijos e vinhos divinos da Itália. Siena já tinha tudo fechado quando chegamos, mas só a frente da catedral e a Piazza del Campo, me fizeram querer voltar uma segunda ou terceira vez ali. No dia seguinte começamos com Arezzo, outra cidade que tem um Centro Histórico incrivelmente italiano, com aquelas feirinhas de quinquilharias que eles adoram! O dia seguinte foi a vez da casa de São Francisco de Assis, cidade que só tem monges e turistas, mas que com suas cor creme de tijolos nas casinhas impecavelmente decoradas, ficou como minha preferida na Itália. De Assisi rumamos à Roma, onde os turistas invadem cada canto do metrô que acho que nunca foi limpado, desde que foi construído. De Roma, embarquei a Londres para o show do Linkin Park no O2 Arena e minhas duas SOUL SISTERS, que eu jamais imaginei encontrar em Londres. Uma Londres inesquecível, que eu sempre na minha vida queria estar, com os pontos turísticos que eu visitaria todos os dias. E foi nela que eu me encontrei, e foi nela que parte da minha alma também ficou.

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