Pára o mundo que eu quero desceeer! (A última)
Quando cheguei de Londres em Dublin, iniciei as aulas em turnos duplos e não demorou muito para eu encher o saco daquela vidinha de estudante de ensino médio que eu já não tinha há tanto tempo. Eu queria mesmo era trabalhar, mas se eu não trouxesse um certificado para casa, meu pai ia me fazer voltar para buscar, e minha escola definitivamente não facilitava esse tipo de coisa.
Foi então que eu passei chatos tempos de inverno em Dublin até descobrir que naquelas promoções de 5€ compradas há sei lá eu quanto tempo atrás eu tinha uma passagem de ida e volta à Paris. Queria voltar à Paris para conhecer o Versailles, e de fato, voltar à Paris me trouxe muito mais que isso. A segunda vez lá não deixou Paris tão repugnante, e ver a Eiffel Tower de novo, conhecer o Quartier Latin e os kreps franceses, o Pantheon, e uma galera do México, Argentina e Aústria no Hostel com um bom vinho na noite fria de Paris, definitivamente não teve preço.
O ano vai chegando ao final e o coração aperta ainda mais. Foi então que o encontro com meu argentino em Londres rendeu uma viagem de final de ano inesquecível. Naquela do "não sei ainda onde passarei a virada" o China Town e o chazinho de pérolas nos deu uma grande idéia: ir pra Suiça. Onde nos encontraríamos já era outra história.
Foi então que eu comprei um Interail como Européia (250€ e viajei 7 países) e embarquei para um ano novo fora do comum. Fui antes pra Milano por culpa da Ryanair, que nunca te leva onde tu exatamente quer ir, te leva pelo preço. Passei dias inesquecíveis no inverno alemão. Conheci uma japonesa no Hostel e um americano e por aí segue esta vida de backpacker que eu amo tanto. Depois de muitos tours por Munique embaixo de neve e frio, fui conhecer o Dachau Camp. Queria muito ouvir daí as pesadas histórias do passado socialista alemão. Tenso. A alma se incomoda, o arrepio é constante.
Dali foi o momento de dar uma passadinha rápida em Innsbruck, na Áustria, que não tive tempo $ de conhecer na outra trip. Lindo, lindo, lindo de morrer, a 2500 metros de altura ou não, Innsbruck é inesquecível, queria ter dedicado mais tempo à esta cidade tão linda. De Innsbruck parti para a Bratislava sem nem saber que lá o dinheiro já era Euro fazia quatro anos (ooooo viajante errado), encontrando com um tipo tri fora da casinha no trem bebaço, que me fez pensar se eu ia mesmo descer na Bratislava sozinha. Mas para o meu alívio, ele foi embora antes de mim. Bratislava tem que se conhecer com -16 graus e seu Christma´s Market que é encantador. Sem estes dois quesitos, talvez a Bratislava não seja tão bonita. Da Bratislava segui para o hostel mais barato da minha vida em Budapest (4.40€ por duas noites). Dois dias ali já fizeram eu me apaixonar e quando Federico chegou consegui com que ele também se apaixonasse comigo pela cidade. Um caso de amor em Budapeste também é uma linda história para contar. Sem mais delongas, deveria ter ficado em Budapest pelo menos um mês. Em três dias não vi nem parte do que a cidade tem para oferecer.
De Budapest rumamos à Krakow e meu querido ficou doente, motivo pelo qual acabamos cancelando Auschwitz, e optamos por visitar Zakopane em pleno 24 de dezembro sem saber que os polacos jantam quando aparece a primeira estrela no céu no Natal. Não tinha sequer um restaurante aberto e até que o senhor da estação entendesse qualquer língua de sinais que tentávamos fazer para descobrir o horário de volta à Krakow levamos uma meia hora pela segunda vez.
Depois de Federico, foi minha vez de cair de cama, motivo pelo qual Berlim foi um desastre. Médico no meio da noite, 60 centímetros de neve e uma incapacidade total de visitar a cidade de acordo com meu estado de saúde. Pelo menos o muro de Berlim e o tal do arco, que eu nem vou arriscar o nome, lindíssimooooooooo à noite. Mas foi só o que eu pude aguentar, infelizmente.
Dalí rumamos para Nêuchatel na Suiça, onde Federico tinha um amigo que tinha um apartamento para nos emprestar por 5 dias (ouro na suiça). Comendo sanduíches de 6 francos fomos à Bern no dia seguinte e a cidade é lindinha demais, super suiça. Uma pena que não vi nenhum urso. (eles hibernam o inverno todo:( )... no dia seguinte foi o dia de se preparar para o ano novo. Rumamos para uma cidadezinha onde os pais, educadérrimos, do amigo de Fede moram apara ir andar na neve com uma espécie de raquetes, já que nossa possível habilidade no esqui era uma provável tragédia. Rendeu uma garza na neve, então foi espetacular. Chegamos em uma casa nas montanhas em Le-chaux-de fonds, onde passaríamos a virada com uma galera que tinha como principal idioma francês, que eu só sei duas palavras: merde y bonjour. Não ia ajudar. A mesa de fondue tava posta, e perto das 21:00 todo mundo começa a se encher de roupa, maquiado e pronto para a virada para ir andar de trenó em um morro ali perto, regado à quentão. Andar de trenó foi uma das minhas melhores experiências na vida, com certeza. E terminamos a noite ouvindo músicas francesas e cantando qualquer coisa até acabar a voz. O dia seguinte foi o dia de conhecer Lausanne, que é preciosa. No dia seguinte depois de uma noite regada à vinho, fomos conhecer Interlaken, uma cidadezinha que fica no meio dos dois rios mais importantes da Suiça, e onde se pode acessar todos os vilarejos no meio dos alpes. Meu sonho sempre foi fazer skydive nos alpes, mas os 380 francos suíços me limitavam um pouco. A proposta era subir até o ponto mais alto antes do topo da Europa, Eigergletscher, e descer os alpes suiços de trenó. Se algum dia me perguntarem o que de mais excitante fiz na minha vida até hoje, minha resposta seria sem dúvidas descer os alpes suiços de trenó. E não trocaria pelo skydive, só se pudesse fazer os dois. :) Saí de Interlaken feliz da vida, e dali passamos em Lucern, fizemos um picnic em frente à ponte famosa da cidade e ganhei de presente uma vista espetacular do pôr do sol suiço. Rumamos para a Suíça onde encontramos Bóris, o único Europeu que conheci que tem um aparato complato para caipirinha em casa. Raclette, vinho, caipirinha e já tem-se idéia do tamanho da ressaca no dia seguinte. Deixamos a cabeça ali e pegamos o trem à Milão, desde vez para participar de uma missa fantástica no Duomo (e eu nem católica não sou). Conhecemos o cemitério Monumentale e o estádio do Inter que deixou muitooo a desejar, de todos que conheci. Hora de despedidas e eu odeio dizer See you, don´t know when. E passei mais dois dias de rainha em Milano, passeando pelas ruazinhas italianas e me esbaldando com 5, 6 tipo de queijo, salames e vinhos que eu mesma preparava no Hostel. Sublime!!!
Ganhei alguns quilos e voltei para casa, já estava na hora. Passei mais duas semanas em Dublin, saindo todo o tempo que ainda tinha para aproveitar com os meus amigos da doce louca cidade dos pubs irish. Não existia mais tempo, e em um dos finais de semana eu me mandei em mais uma trip insana dessas que fazia sozinha, decidindo as cinco da manhã e pegando o bus às sete para Galway. Conhecer os Cliffs foi o final de ouro do meu tempo de Irlanda, é uma pena que o lugar tenha se tornado tão turístico, impedindo parte da linda caminhada que poderia haver até os cumes.
Deixa a Irlanda com um tour noturno na Temple Bar acompanhada das mais especiais pessoas ali para mim. Depois de um conturbado fechar de malas, cheguei na España depois de ter deixado meu coração ali há tanto tempo. Fui recebida com a amizade acumulada pelos meses de saudade. Passei 10 dias entre meus amigos mais especiais de todo este tempo de Europa, conhecendo a Sevilla turística que não conheci quando ainda morava ali e aproveitando cada segundo que a Europa ainda tinha para mim.
A despedida foi a melhor que eu poderia ter. Parte da alma ficaria ali, eu só não sabia que a distância entre oceanos doeria tanto.
Meus tesouros me receberam no Brasil com uma festa que só poderia durar até as 10 manhã.
Hoje, hoje sigo morna. O coração de mochileiro adormecido por ter um lugar sem malas para morar. Ensinando inglês porque a psicologia no meu estado só me daria empresas e máquinas e não seres humanos. Ansiosamente esperando que as horas passem para sentir aquela emoção de novo no ar.
Foi então que eu passei chatos tempos de inverno em Dublin até descobrir que naquelas promoções de 5€ compradas há sei lá eu quanto tempo atrás eu tinha uma passagem de ida e volta à Paris. Queria voltar à Paris para conhecer o Versailles, e de fato, voltar à Paris me trouxe muito mais que isso. A segunda vez lá não deixou Paris tão repugnante, e ver a Eiffel Tower de novo, conhecer o Quartier Latin e os kreps franceses, o Pantheon, e uma galera do México, Argentina e Aústria no Hostel com um bom vinho na noite fria de Paris, definitivamente não teve preço.
O ano vai chegando ao final e o coração aperta ainda mais. Foi então que o encontro com meu argentino em Londres rendeu uma viagem de final de ano inesquecível. Naquela do "não sei ainda onde passarei a virada" o China Town e o chazinho de pérolas nos deu uma grande idéia: ir pra Suiça. Onde nos encontraríamos já era outra história.
Foi então que eu comprei um Interail como Européia (250€ e viajei 7 países) e embarquei para um ano novo fora do comum. Fui antes pra Milano por culpa da Ryanair, que nunca te leva onde tu exatamente quer ir, te leva pelo preço. Passei dias inesquecíveis no inverno alemão. Conheci uma japonesa no Hostel e um americano e por aí segue esta vida de backpacker que eu amo tanto. Depois de muitos tours por Munique embaixo de neve e frio, fui conhecer o Dachau Camp. Queria muito ouvir daí as pesadas histórias do passado socialista alemão. Tenso. A alma se incomoda, o arrepio é constante.
Dali foi o momento de dar uma passadinha rápida em Innsbruck, na Áustria, que não tive tempo $ de conhecer na outra trip. Lindo, lindo, lindo de morrer, a 2500 metros de altura ou não, Innsbruck é inesquecível, queria ter dedicado mais tempo à esta cidade tão linda. De Innsbruck parti para a Bratislava sem nem saber que lá o dinheiro já era Euro fazia quatro anos (ooooo viajante errado), encontrando com um tipo tri fora da casinha no trem bebaço, que me fez pensar se eu ia mesmo descer na Bratislava sozinha. Mas para o meu alívio, ele foi embora antes de mim. Bratislava tem que se conhecer com -16 graus e seu Christma´s Market que é encantador. Sem estes dois quesitos, talvez a Bratislava não seja tão bonita. Da Bratislava segui para o hostel mais barato da minha vida em Budapest (4.40€ por duas noites). Dois dias ali já fizeram eu me apaixonar e quando Federico chegou consegui com que ele também se apaixonasse comigo pela cidade. Um caso de amor em Budapeste também é uma linda história para contar. Sem mais delongas, deveria ter ficado em Budapest pelo menos um mês. Em três dias não vi nem parte do que a cidade tem para oferecer.
De Budapest rumamos à Krakow e meu querido ficou doente, motivo pelo qual acabamos cancelando Auschwitz, e optamos por visitar Zakopane em pleno 24 de dezembro sem saber que os polacos jantam quando aparece a primeira estrela no céu no Natal. Não tinha sequer um restaurante aberto e até que o senhor da estação entendesse qualquer língua de sinais que tentávamos fazer para descobrir o horário de volta à Krakow levamos uma meia hora pela segunda vez.
Depois de Federico, foi minha vez de cair de cama, motivo pelo qual Berlim foi um desastre. Médico no meio da noite, 60 centímetros de neve e uma incapacidade total de visitar a cidade de acordo com meu estado de saúde. Pelo menos o muro de Berlim e o tal do arco, que eu nem vou arriscar o nome, lindíssimooooooooo à noite. Mas foi só o que eu pude aguentar, infelizmente.
Dalí rumamos para Nêuchatel na Suiça, onde Federico tinha um amigo que tinha um apartamento para nos emprestar por 5 dias (ouro na suiça). Comendo sanduíches de 6 francos fomos à Bern no dia seguinte e a cidade é lindinha demais, super suiça. Uma pena que não vi nenhum urso. (eles hibernam o inverno todo:( )... no dia seguinte foi o dia de se preparar para o ano novo. Rumamos para uma cidadezinha onde os pais, educadérrimos, do amigo de Fede moram apara ir andar na neve com uma espécie de raquetes, já que nossa possível habilidade no esqui era uma provável tragédia. Rendeu uma garza na neve, então foi espetacular. Chegamos em uma casa nas montanhas em Le-chaux-de fonds, onde passaríamos a virada com uma galera que tinha como principal idioma francês, que eu só sei duas palavras: merde y bonjour. Não ia ajudar. A mesa de fondue tava posta, e perto das 21:00 todo mundo começa a se encher de roupa, maquiado e pronto para a virada para ir andar de trenó em um morro ali perto, regado à quentão. Andar de trenó foi uma das minhas melhores experiências na vida, com certeza. E terminamos a noite ouvindo músicas francesas e cantando qualquer coisa até acabar a voz. O dia seguinte foi o dia de conhecer Lausanne, que é preciosa. No dia seguinte depois de uma noite regada à vinho, fomos conhecer Interlaken, uma cidadezinha que fica no meio dos dois rios mais importantes da Suiça, e onde se pode acessar todos os vilarejos no meio dos alpes. Meu sonho sempre foi fazer skydive nos alpes, mas os 380 francos suíços me limitavam um pouco. A proposta era subir até o ponto mais alto antes do topo da Europa, Eigergletscher, e descer os alpes suiços de trenó. Se algum dia me perguntarem o que de mais excitante fiz na minha vida até hoje, minha resposta seria sem dúvidas descer os alpes suiços de trenó. E não trocaria pelo skydive, só se pudesse fazer os dois. :) Saí de Interlaken feliz da vida, e dali passamos em Lucern, fizemos um picnic em frente à ponte famosa da cidade e ganhei de presente uma vista espetacular do pôr do sol suiço. Rumamos para a Suíça onde encontramos Bóris, o único Europeu que conheci que tem um aparato complato para caipirinha em casa. Raclette, vinho, caipirinha e já tem-se idéia do tamanho da ressaca no dia seguinte. Deixamos a cabeça ali e pegamos o trem à Milão, desde vez para participar de uma missa fantástica no Duomo (e eu nem católica não sou). Conhecemos o cemitério Monumentale e o estádio do Inter que deixou muitooo a desejar, de todos que conheci. Hora de despedidas e eu odeio dizer See you, don´t know when. E passei mais dois dias de rainha em Milano, passeando pelas ruazinhas italianas e me esbaldando com 5, 6 tipo de queijo, salames e vinhos que eu mesma preparava no Hostel. Sublime!!!
Ganhei alguns quilos e voltei para casa, já estava na hora. Passei mais duas semanas em Dublin, saindo todo o tempo que ainda tinha para aproveitar com os meus amigos da doce louca cidade dos pubs irish. Não existia mais tempo, e em um dos finais de semana eu me mandei em mais uma trip insana dessas que fazia sozinha, decidindo as cinco da manhã e pegando o bus às sete para Galway. Conhecer os Cliffs foi o final de ouro do meu tempo de Irlanda, é uma pena que o lugar tenha se tornado tão turístico, impedindo parte da linda caminhada que poderia haver até os cumes.
Deixa a Irlanda com um tour noturno na Temple Bar acompanhada das mais especiais pessoas ali para mim. Depois de um conturbado fechar de malas, cheguei na España depois de ter deixado meu coração ali há tanto tempo. Fui recebida com a amizade acumulada pelos meses de saudade. Passei 10 dias entre meus amigos mais especiais de todo este tempo de Europa, conhecendo a Sevilla turística que não conheci quando ainda morava ali e aproveitando cada segundo que a Europa ainda tinha para mim.
A despedida foi a melhor que eu poderia ter. Parte da alma ficaria ali, eu só não sabia que a distância entre oceanos doeria tanto.
Meus tesouros me receberam no Brasil com uma festa que só poderia durar até as 10 manhã.
Hoje, hoje sigo morna. O coração de mochileiro adormecido por ter um lugar sem malas para morar. Ensinando inglês porque a psicologia no meu estado só me daria empresas e máquinas e não seres humanos. Ansiosamente esperando que as horas passem para sentir aquela emoção de novo no ar.
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